OS IMPACTOS CAUSADOS PELA GERAÇÃO “NEM-NEM” NA

Nos últimos anos, em muitos países, um novo fenômeno seguido de uma nova geração vem ganhando destaque entre os jovens e impactando o mercado de trabalho, denominado geração “nem nem”. O termo representa os jovens que não estão empregados e não estão matriculados em instituições de ensino, ou seja, nem trabalham e nem estudam, por isso o termo “nem nem”. Uma realidade negativa que merece atenção e uma análise sob o olhar cuidadoso daqueles que se preocupam com o futuro.

Essa atualidade complexa representa uma fração da juventude que encontrou e ainda encontra dificuldade para introduzir-se no mercado de trabalho, gerando consequências em seus estudos, pois assim, não conseguem arcar com as referidas despesas, e não necessariamente nesta ordem, muitos também param os estudos por outros motivos e não conseguem colocação no mercado.

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As principais causas de aumento dessa geração 

Uma geração composta por jovens, em sua maioria entre 15 e 29 anos de idade e que cada um possuí a sua razão para presenciar este cenário. Por diversas vezes as causas podem estar interconectadas, seja por origens socioeconômicas, estrutura familiar, níveis de escolaridade, entre outros motivos.

Um traço forte entre a nossa realidade é o desemprego estrutural, na medida em que a economia global se expande no novo milênio. A redução de oportunidades de empregos para aqueles que estão ingressando no mercado e não possuem qualificações específicas também crescem significativamente.  Essa escassez de qualificação dificulta a inserção no mercado, abrindo oportunidades e propostas atrativas para os mais velhos que possuem experiência no cargo.

Não obstante, os jovens que nascem em locais com falta de acesso à educação de qualidade, enfrentam um impasse ainda maior, pois sofrem grande discriminação dentro do mercado de trabalho. Consequentemente se sentem desmotivados tanto para estudar quanto para trabalhar, posto que não obtém perspectiva para o futuro, tão menos possuem experiências que motivem a continuar.

Adicionalmente, o papel das famílias é crucial na determinação se o jovem deve prosseguir com os estudos ou ingressar no mercado de trabalho. Reconhecendo que os jovens não só podem gerar renda imediata, mas também têm o potencial de acumular capital humano para o futuro. No entanto, essas escolhas vêm com custos de oportunidade significativos, especialmente para famílias em situação de maior vulnerabilidade, isso é evidente em países em desenvolvimento, onde a qualidade da educação muitas vezes é inadequada, incentivando o ingresso precoce de crianças e jovens no mercado de trabalho.

Os impactos causados por essa geração

A juventude que se encontra sob a geração "nem-nem" tem significativamente implicações sociais e econômicas, considerando a análise de que esses jovens correm o risco de ficarem presos em ciclos de pobreza e marginalização, o que pode ter efeitos de longo prazo em suas vidas e nas comunidades em que vivem.

Por outro lado, a sociedade como um todo perde com o desperdício de talento e potencial desses jovens, pois causa escassez nas empresas, ou seja, refreando a contratação de profissionais com as habilidades necessárias para determinados cargos. Além disso, a ausência desses jovens dentro do mercado de trabalho gera falta de diversidade, comprometendo diretamente na inovação.

Portanto, o aumento do número de jovens "nem-nem" pode sobrecarregar os sistemas de assistência social e de saúde, aumentar os níveis de criminalidade e contribuir para a instabilidade social.

Medidas que podem reduzir o crescimento dessa geração

Os empregadores devem adicionar um novo modo de visão, sabemos que a tecnologia está cada dia mais presente na vida de qualquer pessoa, bem como os jovens se adaptam facilmente ao uso delas, além disso, trata-se de uma geração que necessita de formas de trabalho que estejam mais alinhadas com o tipo de mentalidade que possuem, diferentemente do modo em que seus antepassados viveram. Por isso é importante dar o apoio social e psicológico para auxiliá-los a lidarem com os desafios emocionais que poderão enfrentar.

É importante ressaltar que a geração "nem-nem", apesar de sua associação com a falta de emprego ou educação tradicional, possui um potencial dinâmico e criativo, especialmente voltado para a inovação. Portanto, implementar esse modelo de pensamento em um ambiente corporativo pode ser fundamental para atrair e reter esses talentos. Posto isto, as empresas podem criar programas de estágio e aprendizado direcionados a jovens da geração nem-nem para oferecer-lhes experiência profissional e treinamento prático. Estes programas devem ser capazes de suprir os déficits educacionais destes indivíduos.

Ainda assim, as empresas devem oferecer oportunidades de educação e formação profissional de qualidade para equipar os jovens com as habilidades necessárias para ingressar no mercado de trabalho. Não se pode esquecer de introduzirem políticas de diversidade e inclusão em suas práticas, essas políticas são essenciais para assegurar que todas as gerações sejam respeitadas.

Notavelmente, os empregadores dependem fortemente de políticas que incentivem as empresas a contratarem jovens, como subsídios ou incentivos fiscais que podem ajudar a aumentar as oportunidades de emprego para essa faixa etária.

Por fim, conclui-se que é uma geração que desafia a sociedade em todo o mundo. Solicita-se assim um grande esforço de políticas públicas, empresas, instituições educacionais e organizações para que invistam em suas respectivas áreas com a intenção de frear a evolução dessa geração.  

“Chegou-se finalmente a uma época em que tudo aquilo que os homens tinham considerado como inalienável se tornou objeto de troca, de tráfico, que se pode alienar. É a época em que até as coisas que até então eram comunicadas, mas jamais trocadas; dadas, mas jamais vendidas; adquiridas, mas jamais compradas, – virtude, amor, opinião, ciência, consciência etc. – em que tudo finalmente entra no comércio. É a época de corrupção geral, da venalidade universal, ou para falar em termos de economia política, a época em que, tendo-se todas as coisas, morais ou físicas, tornado valores venais, entram no mercado para serem apreciados pelo seu mais justo valor” (Marx – Textos Filosóficos).